IMPLICAÇÕES DA BÊNÇÃO PATRIARCAL

Pr. Eziquiel Nascimento
Publicado em 25/06/2021

Jacó chamou seus filhos à sua presença pouco antes de morrer. Queria abençoá-los profeticamente e transmitir uma mensagem individual a cada um. Começou pelo mais velho indo até o caçula. Elas foram tão importantes para a vida da futura nação de Israel e cumpridas em cada uma das tribos que descenderam de cada filho. As bênçãos foram proféticas e hoje são parte da história. Elas se cumpriram uma a uma. Quando Jacó usou a expressão “eu vos anunciarei o que vos acontecerá nos tempos vindouros” (Gn. 49:1) estava se referindo não só ao período da ocupação de Canaã; mas, também, à vinda do descendente maior: Jesus Cristo, o Messias. 

Jacó, o patriarca, em tempos de revelação progressiva, foi instrumento profético e de iluminação divina onde previu a história de cada tribo cujos nomes seriam os dos seus filhos. As bênçãos também faziam parte do Pacto Abraâmico (avô de Jacó) garantindo a cada filho e sua descendência, o sucesso na unidade formadora da nação de Israel. A nação israelita viria a ser o agente de Deus na transmissão da mensagem salvadora para todos os povos. Essa mensagem se tornaria eficaz e definitiva por intermédio de um israelita divino-humano: Jesus Cristo (Gl. 3:14). 

Nessa bênção Jacó chamou à parte seu filho José e os netos Efraim e Manassés. Depois de abençoar José, abençoou seus filhos de forma diferente. Cruzou os braços em X e inverteu suas mãos: a direita sobre a cabeça do mais novo e a esquerda sobre a do mais velho. Era a benção invertida. O mais velho, na cultura patriarcal e judaica, a bênção com a mão direita era do mais velho: a primogenitura, com direitos legais maiores e mais especiais. José tentou corrigir o pai, mas este não cedeu. Sabia o que estava fazendo, ou seja, estava sendo usado por Deus. Por isso, ao dar a bênção sobre José, penúltimo na lista das bênçãos aos filhos, Jacó lhe dá porção dobrada (49:22); indicando que era para as tribos dos netos; Efraim e Manassés. 

A história mostraria que Deus sempre faz as escolhas certas. Se você estudar a história de Israel vai descobrir que a tribo de Efraim sempre foi liderança sobre as outras tribos. Uma leitura simples dos profetas vai mostrar que a tribo de Efraim foi usada para nomear todo o Reino do Norte. Também vai descobrir que Efraim virou tribo idólatra. Depois de todas as bênçãos dadas, diz o texto bíblico que Jacó morreu em paz, cheio de dias e abençoado. Jacó conseguiu ver a mão de Deus além dos seus dias. Pôde morrer em paz e na certeza da missão cumprida. Foi habitar com seus antepassados e na presença de Deus. Nada mais a lamentar ou a ser feito. Que lições podem ser tirar dessa linda história da bênção de Jacó? 

  1. Muitas vezes, as escolhas de Deus na vida do cristão, não percorrem a ordem natural. Ele vê o hoje, o amanhã e a eternidade a um só tempo. Muitas vezes o cristão se sente caminhando sozinho, desprotegido, solitário. Esse sentimento precisa ser trabalhado no sentido de se obter mais fé e confiar no comando de Deus sobre todas as coisas. O Senhor sempre caminha ao lado daqueles a quem ama. Se o cristão estiver seguro em Deus em meio às maiores tormentas, quando a tempestade passar, vai perceber o agir de Deus. Vai perceber que o que Deus está fazendo em meio às tempestades é burilando um futuro grandioso, feliz e muito melhor do que aquilo que se esperava. 2. Cada cristão deveria se espelhar em Jacó que, sabedor da proximidade da sua morte, preocupou-se com o futuro espiritual de seus filhos e descendentes. É preciso, em vida, abençoar os filhos... a família, enfim. Também procurar ser uma luz e fonte de inspiração de vida para a posteridade, independente se familiares ou não. Assim foi Jacó. A vida precisa falar mais alto que as palavras. 3. O cristão não pode e não deve temer a morte. Ela é um processo natural e humano. Aquele que deposita sua fé nEle é consciente de que um dia partirá e deve deixar saudades. Por isso, como Jacó, deve demonstrar a fé que tem até na hora da morte. Jacó foi exemplo disso. Que Provérbios 14:32 seja o refúgio do cristão: “Por meio da sua própria malignidade, o perverso é derrubado; os justos, entretanto, ainda que diante da morte, encontram consolo e esperança”. 4. Deus é suficiente em Si mesmo no cumprimento de todos os Seus planos; por isso, vale a pena confiar nEle. A Deus toda honra e glória!

Venha refletir mais um pouco sobre essa história. Participe conosco do Café Metanoia, no YouTube, domingo 9:00 horas e 9:30 horas na EBD da IBVO (classe ADULTOS). 

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